quinta-feira, julho 28, 2005

Trabalho e não é pouco!

Estas fotos são para os maldizentes que acham que eu ando cá só em festarolas e comezainas! Cá vão umas provas de que eu ando a trabalhar!! Claro que como as fotos que posto aqui são geralmente tiradas por mim, eu não costumo aparecer em acção, mas desta vez o Fernando tirou-me umas mesmo com as mãos na massa, ou melhor, no conglomerado disfarçado de rocha base.... Este era como a Braza, parece que é mas não é....
No buraco.
Este era fraquinho, mas por vezes desço lá abaixo dentro do balde da escavadora.
E claro, o Sol fant�stico. Posted by Picasa
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terça-feira, julho 19, 2005

Ah pois é... Ou era....

A consciência orgulhosa da própria força foi sempre um traço do carácter romano e do português dos bons tempos

Oliveira Martins in História da República Romana.

sexta-feira, julho 15, 2005

Ainda o Samonda

Esquecia-me de falar numa coisa que é importante para a estória do Samonda Francisco.
O velório estava a ser feito na casa do fulano que lhe provocou a morte, parece que é tradição do povo Tchokwé fazer isto. A família do falecido poderia ter feito várias coisas, entre elas tomar a casa e vende-la, despoja-la dos seus valores e toma-los para si, inclusive matar o fulano se o apanhassem, o que apesar de aqui não ser mal visto pela sociedade claro que aos olhos da justiça angolana a coisa não ficaria por aí... Ou talvez ficasse.
Neste caso a estão todos a ser mais comedidos, a família do falecido Samonda Francisco ficar-se-á pela exigência de uma indemnização pela sua morte. Isto eu não entendo bem, pois se ele já está preso vai ser julgado e a ser provada a sua culpa provavelmente ficará preso por uns tempos... A ver vamos no que isto vai dar.

Mexidelas nas fotografias...

Numa das minhas tentativas (quase vãs até agora) de apagar as malditas manchas que aparecem nas minhas fotos devido à burrada dos tipos da Fujifilm (sim quero denegrir essa gente!), descobri uma coisa muito interessante no programa que utilizo para processamento de imagem, o Paint Shop Pro 9.
Já sei que sim, isto é conhecido há montes de tempo, mas eu ainda não tinha descoberto a coisa... Mas agora acho que vou começar a brincar mais com a fotografias... É que realmente dá para fazer coisas fantásticas. Qualquer um pode ser agora artista (desculpa lá pai, mas repara que escrevi "artista" com letra pequena...) desde que tenha imaginação. O jeitinho já não é tão importante...
O antes e o depois....
A Sarça Ardente...

quarta-feira, julho 13, 2005

Outra realidade.

Esta segunda feira fiz uma coisa estranha.
Um homem morreu aqui no Luxilo, pensa-se que em consequência de uma tareia que levou há uma semana atrás, devido a uma dívida que tinha para com alguém, não sei quem. O homem, Samonda Francisco de seu nome, que aqui ponho em sua memória, era operador cá na mina, gostava da pinga e tinha algumas dívidas por aí... Era um “mais velho”, o nome que aqui se dá às pessoas mais velhas que nós, mas àquelas com mais idade... Uma maneira creio que mais respeitosa/afectuosa do que o “kota”.
Bem, então a policia veio cá aos escritórios para conversar com o nosso chefe a respeito da coisa. Não sei concretamente do que falaram, mas no fim dessa conversa vieram ter comigo para me pedir que fosse tirar umas fotos ao cadáver para juntar ao relatório que iam fazer. Estamos num sitio pequeno, é natural que a policia não tenha todos o meios necessários à coisa, e como eu aqui sou o tipo das fotografias (não sei porquê...) lá me pediram isso.
Ao princípio estava um pouco apreensivo, mas claro que acedi ao pedido e lá fui. Afinal, trata-se apenas de um corpo sem vida, não tem problema.
Às tantas a minha maka era o que a família e amigos do falecido diriam por estar lá um tchimbari a tirar fotos ao corpo. É que ainda não percebi bem o quê da coisa, mas por vezes não gostam que eu tire fotografias, embora geralmente gostem e inclusivamente mo peçam para fazer, e claro que numa situação destas não me pareceu que fossem apreciar muito o facto de eu lá estar a fazer isso.... Afinal não houve confusão, claro que se gerou um zumzum quando lá cheguei (acompanhado da policia naturalmente) mas vozes só se levantaram quando disse que se tinha de virar o corpo para poder fotografar outros ângulos das equimoses que o corpo tinha. Felizmente alguns familiares mais esclarecidos fizeram evacuar (tipo juiz sim...) a casa onde se fazia o velório e procedeu-se à manobra. Embora não se tenha feito a coisa realmente como eu estava a pensar (sim, com base no que vi em filmes, mas estes são baseados na vida real, não é?) lá se fez qualquer coisa.
É triste, mas a tareia que o homem levou foi por uma merda de uns 150 dólares. Sei agora que o mandante (e participante) está preso.
Claro que essas fotos não as porei aqui.

terça-feira, julho 12, 2005

Queimadas

Estamos no tempo das queimadas, em que (como se estava à espera) se queima o capim para se ter espaço para as lavras e no nosso caso para trabalhar, pois como deu para ver na época das chuvas é lixado andar lá no meio à procura de pontos de referência e a fazer prospecção....
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Já agora uma foto de um desses pontos de referência deixados pela DIAMANG, o que aqui chamam de capuchos. São marcos com coordenadas bem definidas que eram usados como pontos de referência para a marcação das linhas de prospecção e para a delimitação no terreno dos blocos a explorar. Este já não está in situ, foi removido pelas operações mineiras. Agora encontra-se a adornar o jardim aqui nos escritórios... E fica bem bonito! Posted by Picasa

Descobri um dia destes no meio de uns eucaliptos (que no tempo colonial plantávamos (os Portugueses) por aqui em zonas com habitações para fazer sombra, assim como as mangueiras também pelo mesmo motivo, para além de ainda darem fruta... e muita!) uma mimosa, e como de costume desde que há muitos anos a minha mãe me falou na mimosa sensitiva, sempre que vejo uma planta com as folhas parecidas vou logo tocar a ver se se trata da sensitiva ou não. Claro que nunca encontrei uma. Até agora!
Esta planta é sensivel à luz e ao tacto, quando tocamos nela as suas folhas retraem-se parecendo murchar. As que estão na sombra fazem-no muito mais lentamente que as que estão ao sol, que se retraem muito rapidamente mesmo. A sequência de fotos a seguir foi tirada em pouco mais de dois segundos. Posted by Picasa
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Uns miúdos com as suas "motas" Posted by Picasa
Três tipos diferentes de formigueiros na mesma àrvore... Posted by Picasa

domingo, julho 03, 2005

Mina-Luxilo

Noutro dia fomos a pé desde a mina até ao acampamento, as estradas eram longe e ultimamente temos andado um pouco condicionados em termos de transportes, de modo que resolvemos não esperar por uma boleia e fazer aquilo que o geólogo deve fazer, andar a pé pelo campo....
Ora passear pelo campo é coisa que gosto muito e dá sempre para ver umas coisas interessantes....
Uma plantação de mandioca. Lavra, como dizem aqui da agricultura. Que é pouca, e pouco variada, mas enfim.
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Uma cobra bem grande, devia ter cerca de 3 a 4 metros de comprimento. É preciso ver que os pauzinhos que estão ao pé dela não são as palhinhas que encontramos no campo em Portugal, mas sim capim bem maior e bem mais grosso. Ou seja o bichinho é maior do que aparenta.... Infelizmente não lhe consegui fotografar a cabeça, acho que ela estava a preparar-se para mudar de pele, pois os seus olhos estavam cinzentos. Posted by Picasa
Uma casa no bairro adjacente ao Luxilo Posted by Picasa
Vendedeiras
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Um puto do Luxilo. Eles quando me veêm com a máquina em riste perseguem-me para que eu lhes tire fotos.... Posted by Picasa

sexta-feira, julho 01, 2005

Finalmente no Dundo

Este fim de semana foi bastante diferente. Saí do Luxilo para dar um passeio ao Dundo, a convite de um amigo da DIA, o Zeca Rosa. Acampámos no Catxipindji, uma área de lazer muito bonita que existe para os lados da Cacanda, à beira de uma lagoa, conhecida como Lagoa do Mendes, onde dá para tomar umas banhocas. Infelizmente estamos no Cacimbo (Inverno), que apesar de tropical também faz frio, por isso não me deu muita vontade de ir ao banho... Mas tirei fotos!
Claro que também tenho fotos do Dundo....
A minha boleia Luxilo-Dundo, o Sr. Xavier. Aqui já estava no Dundo, este é o caminho que entra na cidade passando pela barragem.
A K-18, A antiga casa do Director Geral da Diamang. Ou o titulo era outro? Corrijam-me por favor...
Uma tchota gigante. Esta é bem maior que a que temos lá no Luxilo.... Pois, tchota é jango em tchokwé.
Alto-relevo na Casa do Pessoal do Dundo.
Creio que esta é a K-10, não tenho certeza...
Foi preciso ir ao Dundo para finalmente ver um crocodilo! Este era bem grande e gordo. Eu que não andava muito preocupado num encontro com estes meninos lá na mina, comecei logo a pensar duas vezes em voltar a aproximar-me muito das margens das lagoas...... Claro que isso não vai acontecer, não é? Quero umas fotos destes bichinhos sem ser em cativeiro. Mas vai ser difícil...
Eu e o meu anfitrião numa boa!
Cá está o Catchipindji
O Zeca a mostrar os dotes culinários preparando bagre.
Sombi. É peixe de rio, seco. Parece-se com peixe gato bebé. Não gostei do sabor do bicho. Embora o molho que o Zeca fez com os sombi tivesse um bom aspecto do caraças! Ainda por cima com côco que eu gosto tanto...
O Sr. João a bater o funge. É um trabalho que exige algum vigor, pois se não ficar bem batido fica com borbulhas...